Entre Mundos

 

Paolo and Francesca, 1894 - Frank Dicksee (1853–1928)

 

Amor, se amares tu, nos sonhos mil,
Os versos adoçados de tristura
Que afloram de minh'alma feminil
Te juras me visar como escultura?

Marfim tão quedo e límpido limar
Tua fonte sacrossanta de paixão,
Irás tecer-me em trovas, teu versar,
No som das rimas doutas, escansão?

Segredo que me encalça bem silente
Saber os teus sigilos sobre nós
Amor, se te convém ser confidente:

Estou à letra tanto e sempre a sós,
Existo tão somente na Sonura,
Afora do viver mundano e atroz
Espero-te em mi'a lira-lar-candura.

Sara Melissa de Azevedo

Como Escritora, tenho inúmeros semblantes, sempre em busca do lírico, do intenso e do profundo. Como Poetisa, tenho a eterna sensibilidade e a vívida paixão. Como pessoa comum, sou mais uma na multidão em busca de compreender a si mesma. SAIBA MAIS

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