Rosas
— Por que rosas? — Indagou Lord Mauror. Aruahlis caminhava devagar pelo jardim enquanto tocava com ternura as pétalas das rosas silvestres. Ela gostaria de explicar ao Lord que aquelas flores lhe traziam um conforto inenarrável, que às noites de setembro, quando maior era o desabrochar daquela espécie, Aruahlis colhia algumas para amolgar até tornarem-se uma pasta pigmentada com óleo natural e, então, ela dispunha tal substância em telas de linho puro formando assim pinturas fascinantes e monocromáticas. No entanto, frente àquele que lhe despertava tanto amor, ela pouco conseguia expressar o que almejava. Mauror, por sua vez, buscava desvelar a essência de sua amada pouco a pouco e se fascinava com o enrubescer do rosto de Aruahlis sempre que se aproximavam.
— Veja, eu trouxe algo. — Aruahlis parou seus curtos passos e fitou as mãos do Lord que estava logo atrás. Nelas havia o que parecia ser sementes. Olharam-se nos olhos em seguida. — Outra espécie que convive muito bem com esta. Plante e descobrirá sua cor. — Explicou ele. Aruahlis sorriu encantada e pegou suavemente as sementes das mãos de Mauror. As mãos tocadas eram como o infinito perfeito.
— Há nenhum presente mais belo que este — sussurrou — e jamais esquecerei de teu gesto, Lord Mauror. — Seguraram as mãos com mais calor.
— Dar-te-ei o jardim mais valioso, com todas as espécies, e tu, como flor mais rara, zelará por todas elas com ternura. A tua ternura que me encanta. — Sussurrou Mauror e, no mesmo instante, ele viu o lacrimar dos olhos de sua amada.