Marcescível
Há de chover hoje, à tarde,
Este sopro tão tenro segreda
Cá o sol pobrezinho não arde
Seu adeus gradativo arvoreda;
Ó azul melancólico, cante!
As nuvens se unem, me basta
Que o dia assim seja infante,
Pois ao imo adentro se vasta;
Acinza-se os céus da redoma
Mais um, do outono, sintoma
Aflições que desfloram-se, nuas,
No meu peito há triste carvalho
Em secura, uma prece ao orvalho,
Rega as dores tão minhas, tão cruas…