Cidelly
Ambígua presença, amedrontas,
Amas-me ó vil criatura?
Canta-me o mal que me contas!
És doce horror, minha agrura;
Guardei-te os olhos tão vítreos
Dantes de ires às tumbas
Banhei-te aos sabores mui cítreos
A terra infértil que adubas;
Fiz lá teu eflúvio ameno
Colhi as janelas, sereno,
Pingentes de culpa tardia;
Agora tu assombras meu pranto
Cinérea maldiz-me em espanto
Encarando-me sempre vazia.