Outonal Lua Cheia
Desperta no crepúsculo silente
Olhei pela janela o frio outono
A brisa que versava o sol poente
Ornava mi’a paisagem como em sonho…
No peito um dolorido “nunca mais”
Pousava devagar contando histórias,
As quais, melancolias e aveleirais,
E amor, de lume infindo, nas memórias;
O índigo-cristal no firmamento
E um pranto calmamente a se verter
“Quão belo e assim efêmero momento…”
A noite iluminou-se e pude ver
Tão pálida e ofuscante, Dama Lua,
Um toque em minha tez, tão livre e nua,
Nascida p’ra acolher a dor do ser.
Por vezes em meus sonhos turbulentos | Sentires do passado me retornam, | São como frágeis sombras, tenros ventos | Que espargem às paisagens que me ornam;…