O Chamado
Ó fardo este infinito penumbral
Uivando seu silêncio que me amarga
Às vísceras, o medo sepulcral,
Isola-me na prece — minha adarga;
Serena imensidão, revela o peito,
Debaixo desta noite, sussurrando
Que os ares tão sombrios são-me o leito
O qual hei de jazer-me suplicando;
Mas como eu poderia imaginar
Que os ventos do obscuro abominar
Buscavam servilismo etéreo e pleno
E n’ávida aflição que estive tanto
Tangível me rendi regada ao pranto
Tomei do algar das sombras o veneno.