Esconjuro
Escaldas, Sol, de modo pálido
Melódicos sons de calada,
Fervendo-me o âmago cálido
A lágrima minha é brumada;
‘Que queres de mim, ó sazão!
Que dás-me o horror infecundo?
Retrais-me as pupilas, vazão
De meu existir moribundo;
E ainda o caminho iluminas,
Queres qu’eu veja o destino
Fitando mi’as próprias ruínas;
Assim sob o fel genuíno,
A tão prematura morfina
Eu tomo em pavor morosino.