Nihilen
Amor… guardarás algo dos momentos?
Das tenras amarguras que criamos
Às loucas vãs mentiras que contamos
Meu rosto trará amenos fragmentos?
Querido… vês o abismo melancólico?
O pranto rarefeito e tão contínuo?
Por quanto fingiremos o imo ingénuo
Temendo um só futuro não bucólico?
Já não sei o que te escrevo n’esta estrofe
E odeio tua falsa e vítrea apóstrofe
Ao meu discurso fraco, inexistente…
Do vinho o sangue cálido te escarra!
Do escarro o vinho cálido se esbarra
No oculto verso, um grito inconsciente.