É destino a aspereza de minh’alma

 

Nicola Samorì, Maddalena (2010)

 

Negra e rútila seiva de inquietude
vinda deste silente enfraquecer,
mostre o ser que me habita em completude
pelo ermo e sombrio entristecer,
diga, pois, o que sei da infinitude
deste tão permanente aurorescer
Que, nas trevas, me faz… a completude…

Não me nego a verdade da existência,
sempre verte outrossim o lacrimar
e sozinha no peito a divergência
de mil noites perdura em abismar;
e se busco o rogar em complacência
Esperanças exalam o afleumar
P’ra depois me rasgar em dissidência…

Volto como enfim devo: alheável
pelo mundo e seus símeis habitantes
e doída em sentido inexorável,
reconheço os caminhos dissonantes;

Nos desertos me amargo e me afago
em martírios e em tanta alacridade,
esplendores da infância n’um imago:
Solidão de soturna eternidade.

Sara Melissa de Azevedo

Diga-me, apreciaste esta obra? Conta-me nos comentários abaixo ou escreva-me, será fascinante poder saber mais detalhes da tua apreciação. Eu criei esta obra com profundo e inestimável amor, portanto, obrigada por valorizá-la com tua leitura atenta e inestimável. Meu nome é Sara Melissa de Azevedo. Sou Escritora, Poetisa e Sonurista. Formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial. Sou a Anfitriã dos projetos literários Castelo Drácula e Lasciven. Autora dos livros “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”. SAIBA MAIS

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