Duro cárcere, sombras da minguança…
Vês que o riso prevê dificuldades
Quando os dias desabam friamente
Mesmo em ápice, a glória, descontente
Não desfaz emoções das finidades,
Ao contrário, resguarda na memória,
Só se aceita a ledice por costume
Nunca o verso nascera, na história,
Desta fé que desagua em grande lume;
Sempre vem o regalo quando o mar
É vistoso e demonstra mansidão
Mas a luz se negrume n’um piscar
Manda as nuvens d’angústia ao coração;
Vês que é fardo, é fado, languidez
Não resiste — a aurora — vir a ser
Nem a calma e a penúria, a torpecer
Nem a noite obscura em morbidez.