Suavinura
Um pranto verossímil em meu peito…
Nublados céus sombrios me absorvem…
Sozinha eu silencio, então me deito,
E os sonhos da existência me comovem;
Se houvesse uma razão p’ra ser sensível,
Se um lábio me zombasse espinhento
Seria então, o aperto, bem plausível,
Porém ao meu encontro só relento…
Orvalho do nublar que à noite veio
Contíguo a introversão que acolhe o seio
Da minha tão febril fragilidade…
Se viva estou, mui choro com a lua…
Qualquer sinal de pura inocuidade…
Se vejo flor nascer em minha rua…
Quão fácil é me doer a suavidade…
*Suavinura: Palavra que criei para designar um sentimento sensível, sutilmente triste de aperto e comoção profunda que surge por detalhes que são, geralmente, triviais. VER O DICIONÁRIO