Seth
Orquídeas negras tecem a ninguém,
Silêncio aveludado no jardim,
Apresso-me temendo vir alguém
Desperto pelo horror do olor carmim;
Perfiz todo o balcedo estéril e vi
A névoa cinerária se achegando,
Tão tácita espargia — eu m’envolvi…
Sua lôbrega humidade circundando;
Desvelo, cinza e triste vilarejo,
Porém, ao meu espanto, flama à vela
E o som d’um tragimorbo realejo…
Vertigem brusca, bagas de Glïzehla
Nas mãos de humana tez, viril demônio,
Semblante tão terrífico em adônio —
“Não temas teu Arcanjo, bel donzela”.