Sangue Vestal
O sol floresce pálido em meu peito,
Recordo a noite lôbrega e soturna
Enquanto escuto vozes sobre o leito,
A fresta assopra aragem vil, vulturna,
Trazendo-me a fragrância fascinante
Que vinda do assoalho umedecido
Desperta a minha sede devorante,
Ascende vida à morte em meu jazigo
E acende tal a luz impenetrável,
Espreito no silêncio que entardece,
A sombra nasce hórrida e agradável;
Envolvo meu amor que empalidece
Bem símil ao recanto de meu cerne,
Enfim todo o liquor rubro ensandece.