Edgar Allan Poe

Eu não fui, desde a tenra e pura infância
Tal como eram todos — nem ganância
Tive símil — sequer vi como viam —
E as paixões que estimei não podiam
Vir da mesma primavera de lei;
Meu peito em só pranto — nem despertei
Regozijos sob tom andorinho —
E tudo que amei — tanto amei — sozinho;
Foi na aurora infante a fundação
Da mais tempestuosa vida — então
Viera todo algar do bem e mal
Ao mistério que me cinge abissal —
Da torrente ou da remansa nascente —
Da rubra falésia do monte sedente —
Do sol abrasador que me circunda
Em matiz outonal de áurea profunda —
Do luzir pujante no firmamento
Que passa por mim como agouro vento —
Dos trovões que a intempérie exprimiu —
E a nuvem que em tal forma se assumiu
(Quando anil era todo o céu restante)
De um vil demônio vindo ao meu semblante.

 
 
Sara Melissa de Azevedo

Diga-me, apreciaste esta obra? Conta-me nos comentários abaixo ou escreva-me, será fascinante poder saber mais detalhes da tua apreciação. Eu criei esta obra com profundo e inestimável amor, portanto, obrigada por valorizá-la com tua leitura atenta e inestimável. Meu nome é Sara Melissa de Azevedo. Sou Escritora, Poetisa e Sonurista. Formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial. Sou a Anfitriã dos projetos literários Castelo Drácula e Lasciven. Autora dos livros “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”. SAIBA MAIS

Anterior
Anterior

Vilviren

Próximo
Próximo

O Epílogo Anunciado