Âmago, tormento
É o soluço d'um pranto febril
Às lacunas d'um rosto amolgado
Pelas sombras de essência hostil
Onde o canto da morte é sagrado;
Nestes tais olhos-d'água negrume
Dorme o amargo indagar imortal
Arde tanto em meu peito que assume
Ser do fado, o horrendo arsenal;
É o silêncio de horror delirante
Cuja espera é calvário e sentido
Mil afogos compõem-me o semblante,
Mil espúrios condenam sorrindo
Minha lira, portanto, minguante
Pelas noites de aperto escaldante
Jaz n'orvalho da treva, pungindo.