Soneto d’Enfaro
Por mais que eu tanto insista na tendência | Debaixo das possíveis esperanças | Dezembro é-me d'angústia as alianças | Firmando um casamento por clemência; | Perdão senhores, santos, cada fé…
Elucubração
Mesmo estando ainda exausta | Prezo ao exílio próprio de mim | Prostrada ao cavar d’esta crusta | À angústia do abismo carmim; | Às veras dos sonhos devastados, | Sentidos ergueram-se…
Phainesthai
Limiares d’uma vasta imensidão | Indagações à vida, impertinentes, | Traços de indolência em infusão | Alegorias aquém, inconscientes; | Que tudo, se noite, quer fulgor | Eles volvem aos brandos ninhos…
Enquanto Dormes
A morada do austero pranto \ é o desaguar que recidivo | indaga-te pravo e ablativo: | “Vais desejá-la se a água-manto | cobri-la o rosto em pálida ternura? | Hás de vestir tua lúbrica bravura…
Modernidade
Bem longe no horizonte está minha alma | Sozinha vê todo este pranto ardente | Que transparente desce ao rosto quente | E ecoa langor triste à flora e fauna; | O mundo não é…
Contais
Ó! três flores garbosas De seis flores colhidas, Sois as mais morosas Nas nove jarras, findas; S’em doze arbustos vinha Regar de quinze prantos Os caules todos n’uma linha, O verso de…
Desperta, menina!
Desperta, menina! | Há sonho que termina, | Mas podes, pois, ainda | Sonhar mais de uma vez; | Desperta, menina! | Pega uma tangerina! | Sente mais d’esta tua vida! | Aquietes o febril de…