Agoníria
N'alcova em solinura eu m'afligia,
Terror de pesadelos: abundante!
Nesta umbra-consciência algo plangia
Em mórbido sonar arrepiante.
O choro era vazio e aterrador
Mas nunca o despertar me bem-dizia;
Cruel me simulava — Ó vil horror! —
No cômodo em bizarra noite fria;
Eterno retornar do lacrimar
A cada um só segundo mais agudo
Refém d'um hediondo ilusionar
N'alcova, condenada sobretudo,
E quando finalmente a me surgir
O sol duma manhã, meu grão-vizir,
Um logro — qu'inda durmo em meu veludo.
Escrito por Sara Melissa de Azevedo em 20 de agosto de 2024
Agoníria (substantivo poético feminino): Pesadelo sufocante que ilusionar o despertar para enganar a mente e mantê-la aprisionada no plano onírico.
As dores que te orgulhas por deixares | Raíz, à terra úmida, criaram; | Nasceram rosas negras que, se amares, | Irão murchar fugazes tal brotaram;...
Amado, esta invernia quando vem, | Na tua serenidade apaziguante, | Almejo o aconchego que nos tem | Somente em nosso leito lacrimante;…
Orquídeas negras tecem a ninguém, | Silêncio aveludado no jardim, | Apresso-me temendo vir alguém | Desperto pelo…
Cinéreas nuvens, frio — e a quietude, | A fina chuva, o aroma: há sopa quente | Nos prédios, casas, lares: placitude; | Debaixo, em cobertores — quiescente;
Esse texto é para maiores de dezoito anos. Contém linguagem sexual explícita e pode conter ilustrações…
Esse texto é para maiores de dezoito anos. Contém linguagem sexual explícita e pode conter ilustrações do mesmo teor…
Por vezes em meus sonhos turbulentos | Sentires do passado me retornam, | São como frágeis sombras, tenros ventos | Que espargem às paisagens que me ornam;…
Em algum espectro temporal da poesia em toda a sua existência, houvera uma poética habitante…
Aflige-me o existir se o outono é febre... | Somente em frigidez eu me apaziguo. | Na toca sou as Cinzas de uma lebre | No tórrido caixão de um lar-jaziguo;…
Tens a beleza d’esta chuva | Trazes frescor e bom abrigo | De vida, flora, verde-uva, | Tens uno amor para comigo;…
Nas minhas vis oníricas vivências, Estive em profundezas obscuras, Foi dentre o arvoredo de imanências, Que vi medrar assombros e loucuras, […]
Desperta no crepúsculo silente | Olhei pela janela o frio outono | A brisa que versava o sol poente | Ornava m’ia paisagem como em sonho…
Tu sabes que acostuma ver que o rosto | Mui gera mais encanto que meus versos? | Que o corpo…
No erguer-se do luar alcantilado | Crocita um corvo enquanto sou lamúria,…
Perpétuo Lacrimar, a solinura | É páramo de véus na cor marfim; | Ouvindo estás, meu cântico-tristura, | Enquanto a lira tange em silencim?…
Sangrando o coração em minhas mãos, | A carne carmesim desentranhada, | O sândalo do horror enquanto sãos…
Eterna solidão, noite-mudez | Se tua Olea graciosa não me azeita | À bênção da centelha, a embriaguez | Do elã que lume a letra em mi'a colheita..
Amor, se amares tu, nos sonhos mil, | Os versos adoçados de tristura | Que afloram de minh'alma feminil | Te juras me visar como escultura? …
Quão frígido há de ser este solstício…| Sinto os ares regélidos soprando | Mesmo à clausura, em febre, é propício | Que este tempo vil beije-me nefando;…
Um pranto verossímil em meu peito… | Nublados céus sombrios me absorvem… | Sozinha eu silencio, então me deito, | E os sonhos da existência me comovem;…
Eu não fui, desde a tenra e pura infância | Tal como eram todos — nem ganância | Tive símil — sequer vi como viam — | E as paixões que estimei não podiam …
Diga-me, apreciaste esta obra? Conta-me nos comentários abaixo ou escreva-me, será fascinante poder saber mais detalhes da tua apreciação. Eu criei esta obra com profundo e inestimável amor, portanto, obrigada por valorizá-la com tua leitura atenta e inestimável. Meu nome é Sara Melissa de Azevedo. Sou Escritora, Poetisa e Sonurista. Formada em Psicologia Fenomenológica-Existencial. Sou a Anfitriã dos projetos literários Castelo Drácula e Lasciven. Autora dos livros “Sete Abismos” e “Sonetos Múrmuros”. SAIBA MAIS
N'alcova em solinura eu m'afligia, | Terror de pesadelos: abundante! | Nesta umbra-consciência algo plangia | Em mórbido sonar arrepiante...