Reverie
In the most faraway, I can see, | It's summer… warmth of raining… | And like a heart under the sea | I watch sorrowful drops singing; | Inside my soul, a hollow glows,…
Mal Devenir
Aflitos estão, mergulhados n'ausência | dormindo no véu do sonhar nebuloso | guiando o viver na ilusão-reticência, | cativos, em vão, do torpor deleitoso; | As flores do alvor, em licor escarlate…
Efígies
Teimosia de luto, calada | fundamenta somente o vazio… | eu vislumbro o silêncio, nevada, | na pureza da ausência de brio; | Na paisagem que fúnebre canta, | questionando me vejo, confusa…
Regressão Lastimosa
Solidão, com perpétuas ternuras, | adentrando silente, prostrada, | simulando que sempre, funduras, | estivera presente, deixada; | Por constantes desejos estive…
Lancinura
sinto mundos febris, | sinto imenso e agudo | dor no peito, amiúdo: | meus plangores ardis… | sentimento-agonia, | sinto tanta torrente | que se verte, cadente, | a ilusão de euforia…
Intermúndio
Eclipsar esta sujeição tu pretendes? | Ilusão de que na prece te acalmarás | Da nulidade perpétua que entendes | Ser a única entidade que amarás? | Dê-lhe o corpo viril que te ascendes…
Nihilen
Amor… guardarás algo dos momentos? | Das tenras amarguras que criamos | Às loucas vãs mentiras que contamos | Meu rosto trará amenos fragmentos? | Querido… vês o abismo melancólico?…
Soneto d’Enfaro
Por mais que eu tanto insista na tendência | Debaixo das possíveis esperanças | Dezembro é-me d'angústia as alianças | Firmando um casamento por clemência; | Perdão senhores, santos, cada fé…
Elucubração
Mesmo estando ainda exausta | Prezo ao exílio próprio de mim | Prostrada ao cavar d’esta crusta | À angústia do abismo carmim; | Às veras dos sonhos devastados, | Sentidos ergueram-se…
Phainesthai
Limiares d’uma vasta imensidão | Indagações à vida, impertinentes, | Traços de indolência em infusão | Alegorias aquém, inconscientes; | Que tudo, se noite, quer fulgor | Eles volvem aos brandos ninhos…
Enquanto Dormes
A morada do austero pranto \ é o desaguar que recidivo | indaga-te pravo e ablativo: | “Vais desejá-la se a água-manto | cobri-la o rosto em pálida ternura? | Hás de vestir tua lúbrica bravura…
Indigo
Sei que estás aí… ouço-te no silêncio que emanas… o único silêncio que alcança as profundezas do meu ser. Eu te vejo. Estás me observando. Há quanto tempo? Não sei…, mas sinto. Diz-me…